Dias atrás, ao dar uma aula de Literatura sobre o Naturalismo, um aluno fez o seguinte comentário a mim: “Professor, uma coisa que não gosto de fazer é interpretação de texto. Pra que serve isso?”
A aula acabou e caminhamos juntos, cerca de cinco minutos. Nada de anormal na pergunta e opinião do garoto. Os próprios professores, muitas vezes, perguntam-se pra que ensinam certos conteúdos. Eu sou um deles. Mas vamos centralizar a questão e o texto sobre a colocação do meu aluno.
Para explicar-lhe o motivo e importância da “interpretação de texto, procurei usar um pouco de bom-humor e humor-negro. Na verdade, tornei um pouco mais jovem minha imaginação. Minha explicação e defesa sobre a importância de se interpretar um texto foram dadas pelos seguintes exemplos:
1 – Você está longe de casa e liga para sua esposa. Ao atender, você ouve uma voz de homem ao fundo e um barulho de janela se abrindo. Qual a interpretação?
2 – Você estaciona seu carro, sai e vai até uma loja. Quando volta, vê um homem com uma chave tentando abrir a porta do veículo. Você o aborda e ele diz: “Eu estava tentando ver se o carro do senhor realmente é seguro contra roubos. Qual a interpretação?
3 – Seu filho, de 15 anos, saiu de casa cedinho e voltou só à noite. Ao chegar, você nota que ele está com muita fome, olhos vermelhos e falando mole. Qual a interpretação?
4 – Sua esposa precisa que você contrate um motorista para ela. Há dois candidatos, um de 39 anos, com 20 anos de experiência como chofer, e um de 21 anos, bonito, atlético e sem nenhuma experiência com o volante. Você pede que ela escolha. Ela escolhe o de 21 anos. Qual a interpretação?
5 – No aniversário de seu filho de 7 anos, você pede que ele escolha o presente. Ele, não contente com um só, pede dois: uma Barbie e um jogo de maquiagem. Qual a interpretação?
Além das boas risadas e reflexões que tivemos, o mais importante é que ele aceitou meus exemplos e explicações. Espero que isso o ajude na Literatura, no esforço de ele conseguir entender melhor os grandes literatos, caso contrário, terei que pensar em outros exemplos.
Vitor Miranda