sexta-feira, 15 de maio de 2009

Se não existisse a morte...

Desde tempos remotos o homem tenta, de algum modo, vencer ou adiar a morte. Ela é símbolo de tristeza, fim e início de uma vida espiritual, no caso das religiões que defendem isso. Tal senso comum muitas vezes não enxerga o grande papel dela na economia, na ordem biológica e mesmo na existência das religiões. Um mundo sem a morte seria o caos. O fim da vida de um ser quase sempre é contribuição para a vida de muitos outros.
O sistema capitalista tem uma relação fortíssima com a morte. É ela que criou funerárias e, por consequência, outros serviços relacionados. Caso se ausentasse do planeta, o desemprego aumentaria e contribuiria para uma recessão econômica. Não haveria razão a presença de planos de saúde ou de vida. O efeito dominó seria inevitável. Sem funerária, não haveria carro funerário, não haveria caixão. Comércio de flores e velas diminuiria consideravelmente.
Além disso, a ordem biológica do mundo também ficaria comprometida. Com seres imortais e pessoas nascendo a cada dia, alimentação e água seriam insuficientes para atender tantos consumidores. A luta por um grão de arroz e uma gota de água seria fato frequente na humanidade. Viver seria uma punição a todos, com o sofrimento por se passar fome e sede.
Um outro setor que seria afetado diretamente seria a religiosidade. Religiões deixariam de ser seguidas. Não haveria frenquentadores de um culto que pregasse a vida após a morte, até porque esta seria inexistente. O conflito barroco carne e perdão, tão presente na vida de muitas pessoas, passaria a ser apenas lembrança. Falar a respeito de religião seria assunto apenas dos livros de História.
Por mais dolorido que seja aceitar a nossa morte ou de quem amamos, é preciso enxergar que isso é um egoísmo. O mundo depende da morte para se renovar e continuar existindo. Se o homem se tornasse eterno, a sociedade viveria o caos da economia, fome, sede, sofrimento infindo e agonia por uma morte que jamais chegaria para dar-lhe o descanso. É preciso entender o seguinte paradoxo: a morte é que mantém a vida.

Vitor Miranda

domingo, 3 de maio de 2009

Pirataria: péssimo negócio

Geralmente quando se fala em pirataria no Brasil, o argumento de quem a apoia cai no senso comum de dizer que ela só existe porque os produtos originais são caros. Estes que assim pensam, não percebem que a pirataria é um veneno a todos os envolvidos. Ela contém inúmeros perigos para quem a alimenta e pode causar o fim de cantores, escritores e vários empregos.
Quando alguém vende um produto pirateado, sua única intenção é lucrar. Essa mercadoria na maioria das vezes está fora dos padrões de segurança. A matéria-prima é inadequada, chegando ao absurdo de se usar lixo hospitalar para a produção de bonecas. Além disso, pequenas peças podem ser ingeridas por crianças devido ao produto não ser inspecionado por um órgão responsável. Foge-se da legalidade pelo custo e, muitas vezes, paga-se com a vida.
Além disso, artistas e outros empregados que dependem da venda de produtos originais, ficam a um passo do desemprego. Com isso, gera-se um aumento de desempregados e a economia deixa de crescer, pois impostos desse setor econômico deixam de existir. Impostos, aliás, que pagam artistas, gravadoras e todas pessoas envolvidas com o comércio legal. É por isso que se paga mais por produtos originais.
Ainda há de se levar em conta que existe também outro aspecto negativo, no caso, a criminalidade. Seja o vendedor ou o comprador, ao fazer prática da pirataria, torna-se, automaticamente, um criminoso. Essa criminalidade ajuda na formação de traficantes e quadrilhas que, por fim, culmina em um quadro elevadíssimo de violência no país.
Praticar a pirataria é trazer para a casa perigos e aumentar a criminalidade no país. É fato que a legalidade possui custo elevado para a maioria das pessoas, principalmente no Brasil, onde o salário mínimo é mínimo mesmo. Por outro lado, escolher a ilegalidade não é a solução, mas sim a ampliação do problema.

Vitor Miranda