sexta-feira, 27 de julho de 2007

Céu e terra

Atualmente, quem ligar a tv, com certeza, irá se deparar com alguma ou várias notícias sobre o acidente com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas, S.P. Como todo bom ser humano, também fiquei chocado com o desastre. O que realmente me pergunto, deixando a sensibilidade de lado e colocando a sensatez em campo, é: a mídia faria a mesma cobertura se, em vez de um avião como o que colidiu, fosse um ônibus com vários bóias-frias?
Todos sabem a resposta, inclusive eu.
Após o ocorrido em Congonhas, a alternativa de momento foi cancelar vários vôos. Por que não se interdita, também, estradas esburacadas quando ocorrem acidentes graves com ônibus, por exemplo?, puxa! esqueci-me de que não podem interditá-las, não há segunda opção para esses seletos passageiros
Sabemos também que, os interesses financeiros são muito maiores nos aeroportos do que nas várias péssimas estradas brasileiras. A própria estética dos aeroportos, dos aviões e dos passageiros aéreos é diferente dos ônibus e seus tripulantes. Uma estética que, muitas vezes, oculta defeitos e expõem imagens a zelar. É, na verdade, um romantismo aos cegos e cínicos olhos. Beleza aérea se opondo aos feios motores que andam na terra.
A grande mídia está toda se doendo, atirando para todo lado, caçando as bruxas, querendo saber quem é e quem não é o culpado, querendo a todo custo medidas urgentes (não nego que também quero, mas por que não fazem uma campanha parecida com as estradas, asfaltadas ou não? Seria por que os “semi-deuses” trafegam no ar e os humanos na terra).
É fato que o preço das passagens aéreas diminuíram, mas mesmo assim, mais de 90% dos passageiros são médios e grandes empresários, celebridades, políticos, fazendeiros, ou seja, “egrégios tripulantes”, diferentemente de bóias-frias, sacoleiros e romeiros que ficam a deus dará com os vários problemas nas diversas estradas desse Brasil.
Bem, com o aumento da procura por passagens nas companhias rodoviárias, quem sabe a atenção aos problemas das estradas também aumente.
É viajar e esperar para ver.

Vitor Miranda

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