Houve um tempo em que as discussões políticas caíam, merecidamente, sobre esquerda ou direita. Deveria ou não implantar o comunismo? Qual modelo seguir, este ou aquele?
Hoje se fala muito sobre democracia. Estudiosos ou não discutem aos berros para que as ditaduras ainda vigentes caiam e o modelo democrático seja imposto. Justo.
No Brasil, temos aqui a tão sonhada democracia. Lutada e conquistada. Mas será que ela realmente se configura como tal? E em outros países, a situação democrática é a mesma?
O problema da democracia em que vivemos, da forma como ela está aí, foi sua elevação ao caráter de intocável. Nós a deixamos num altar e lá ninguém ousa tocá-la. Aí é que está o erro e nosso enorme prejuízo.
Teme-se que forças ideológicas entrem em vários países, mas não se discute o papel real desempenhado pela democracia ilusória presente em várias nações. Aquele que é eleito pelo povo, é meramente uma figura simbólica. As grandes decisões são tomadas em patamares distantes do que se deveriam. Não é o governo que anda tomando a direção do barco. Não é a população que se beneficia com as riquezas do seu país. As multinacionais e o capital especulativo são os que ditam as regras e obtêm as riquezas relegadas ao povo, eleitores.
Rebaixar a democracia ao âmbito em que podemos discuti-la e melhorá-la é uma tarefa essencial para se atingir um melhor governo e diminuir a cada dia o abismo da desigualdade social. Enquanto se pensar na democracia como ideia já consolidada e perfeita, continuaremos sendo prisioneiros e enganados por um sistema que só nos ilude e explora.
A democracia pode ser mais.
Vitor Miranda
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