domingo, 9 de novembro de 2014

Público vulnerável

            A série televisiva Mad Men faz uma profunda abordagem da publicidade nos idos de 1960 nos EUA a respeito do cigarro. O público-alvo evidentemente é o adulto. A série demonstra como manipular o comportamento das pessoas a fim de se atingir os atuais e futuros fumantes. Explicita a vunerabilidade do adulto quanto à propaganda. Se assim é com este público, com o infantil a publicidade fica ainda mais séria, uma vez que nesta etapa da vida há mais imaturidade e menos poder crítico para se fazer um juízo de valor. Dessa forma, medir e permitir a publicidade infantil torna-se um desafio tanto de ordem governamental quanto familiar.
            É de responsabilidade do Estado permitir ou não certas publicidades infantis. Muitas vezes empresas exploram, principalmente na televisão, pois esta ainda é o maior meio de comunicação no Brasil, ideias positivas a respeito de certos produtos como refrigerante  e salgadinhos, produtos que, consumidos exacerbadamente, causam danos à saúde. É dever do Estado exigir que tais propagandas apresentem os malefícios do produto e limite seus horários e exibição nos meios comunicativos, porque elas ao exibirem crianças felizes e saudáveis vendem uma imagem falsa da consequência do consumo dos produtos veiculados.
            Além do Estado, cabe à família um poder de fiscalização e permissão diante as propagandas. De nada adianta o Governo estabelecer limites à publicidade infantil se pais acabam sendo sensibilizados por toda propaganda e pedidos dos filhos. A família também precisa complementar o trabalho do Estado. Ainda que empresas respeitem as imposições da lei, pai e mãe precisam ter o senso crítico de evitar que os filhos fiquem sujeitos a certas publicidades. São os pais que devem gerenciar as crianças e ensiná-las a fazer escolhas e, dessa forma, diminuir a chance de serem vítimas do marketing negativo e predatório.
            Mesmo a publicidade infantil sendo um grande desafio, é possível sair dessa batalha com um resultado positivo. Se o Estado e família derem as mãos e caminharem juntos nesse combate, a situação futuramente será positiva. Cabe àquele aplicar leis regulamentando propagandas e aplicar multas severas a empresas que ferirem os vetos. Já a família cabe fazer a fiscalização final e analisar que suportes comunicativos são, de fato, viáveis ao filho. Dessa forma, portanto, não abriremos espaço para que amanhã surja um Mad Men cujos protagonistas sejam as crianças.


Vitor Miranda

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