A série televisiva Mad Men faz uma
profunda abordagem da publicidade nos idos de 1960 nos EUA a respeito do
cigarro. O público-alvo evidentemente é o adulto. A série demonstra como
manipular o comportamento das pessoas a fim de se atingir os atuais e futuros
fumantes. Explicita a vunerabilidade do adulto quanto à propaganda. Se
assim é com este público, com o infantil a publicidade fica ainda mais
séria, uma vez que nesta etapa da vida há mais imaturidade e menos poder crítico para se fazer
um juízo de valor. Dessa forma, medir e permitir a publicidade infantil
torna-se um desafio tanto de ordem governamental quanto familiar.
É
de responsabilidade do Estado permitir ou não certas publicidades infantis.
Muitas vezes empresas exploram, principalmente na televisão, pois esta ainda é
o maior meio de comunicação no Brasil, ideias positivas a respeito de certos
produtos como refrigerante e salgadinhos,
produtos que, consumidos exacerbadamente, causam danos à saúde. É dever do
Estado exigir que tais propagandas apresentem os malefícios do produto e limite
seus horários e exibição nos meios comunicativos, porque elas ao exibirem
crianças felizes e saudáveis vendem uma imagem falsa da consequência do consumo dos produtos
veiculados.
Além do Estado, cabe à família um poder
de fiscalização e permissão diante as propagandas. De nada adianta o Governo
estabelecer limites à publicidade infantil se pais acabam sendo sensibilizados
por toda propaganda e pedidos dos filhos. A família também precisa complementar o
trabalho do Estado. Ainda que empresas respeitem as imposições da lei, pai e mãe precisam ter o senso crítico de evitar que os filhos fiquem sujeitos a certas publicidades. São os pais que devem gerenciar as crianças e ensiná-las a fazer
escolhas e, dessa forma, diminuir a chance de serem vítimas do marketing negativo e predatório.
Mesmo a publicidade infantil sendo
um grande desafio, é possível sair dessa batalha com um resultado positivo. Se
o Estado e família derem as mãos e caminharem juntos nesse combate, a situação
futuramente será positiva. Cabe àquele aplicar leis regulamentando propagandas
e aplicar multas severas a empresas que ferirem os vetos. Já a família cabe
fazer a fiscalização final e analisar que suportes comunicativos são, de fato,
viáveis ao filho. Dessa forma, portanto, não abriremos espaço para que amanhã
surja um Mad Men cujos protagonistas sejam as crianças.
Vitor
Miranda
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