A tecnologia melhorou a vida de muita gente e também modificou muito nossos hábitos ao longo de anos e anos de descobertas e, consequentemente, progressos tecnológicos. É difícil imaginar a vida moderna sem chuveiro elétrico, televisão e computador, por exemplo.
Por outro lado, em meio a oceanos de tecnologia, perdemos muitas coisas significativas. Diria que perdemos o romantismo em diversos hábitos. Isso ficou bastante evidente para mim ontem, quando estava em uma loja de produtos diversos em frente à seção de cds.
Lembro-me de que na minha juventude havia um gostoso hábito de ter o cd original dos artistas que eu gostava e gosto. Não havia naquela época a pirataria e nem a onda de downloads que hoje estão mais do que sacramentadas na atual geração.
Tenho alguma propriedade para falar sobre esse assunto porque vivi a minha geração e hoje compactuo com a atual fazendo muitos downloads na internet, desde músicas a filmes. Não vou dizer que acho ruim baixar músicas na rede virtual, até porque muitas vezes ela é a única opção para se encontrar álbuns que já estão fora de catálogo há muito tempo no mercado. Pensa que é fácil encontrar o primeiro cd do Chico Buarque ou Bob Dylan nas lojas? Não é.
Mas ontem o sentimento do download desapareceu durante o tempo em que fiquei a pesquisar diferentes cantores e bandas na seção musical da loja. Baixar a música unicamente exclui o sentimento maravilhoso de poder admirar o trabalho gráfico da obra do artista e mesmo ter em mãos todas as letras do respectivo cd. Além disso, é inegável discutir a qualidade do produto vindo do forno da gravadora comparado a uma cópia baixada na internet.
Sei também que há a questão do senso comum em dizer: “cd original é caro, prefiro o pirata ou baixar.” Nem sempre isso é verdade. Comprei ontem a R$9,90 o último cd do Oasis, obra de ótima qualidade musical e gráfica dos irmãos Gallagher. (pena que a banda acabou este ano)
É muito claro que os tempos são outros, como já dizia o grande bardo lusitano Camões “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, mas às vezes é muito bom relembrar o tempo em que download era apenas tema para filme de ficção científica e que ter o álbum dos nossos artistas é motivo de prazer e deleite para os ouvidos e olhos.
P.S.: Guardo com carinho minha coleção original de cds do Legião Urbana.
Vitor Miranda
2 comentários:
Concordo. Afinal, não é a toa que tenho vários CDs da Legião e Engenheiros do Hawaii...
meu amigo, eu me lembro da emoção que era todoo processo de ir a loja, comprar o cd, tirá-lo do plástico e só depois disso botá-lo para rodar... puxa vida... aquilo era tudo!!! lendo essa postagem me lembro como se fosse ontem mesmo quando comecei a curtir heavy metal melódico cara. eu viajava naquele som amigo. religiosamente ouvíamos a faixa 1, que geralmente era a introduçao e assim, acompanhando o encarte, apreciava o artista e tentava cantar com a letra em minhas mãos! era tudo pra mim!
abração vitor,
continue sempre enriquecendo essa blogosfera meu amigo!
mario
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