É comum ouvir por aí “você está louco! Fazer isso é loucura!” Mas, enfim, o que nos permite definir o que é ou não é a loucura?
Dom Quixote era tratado como louco porque acreditava em um mundo em que a palavra e a moral eram os maiores valores humanos. A maioria, porém, não tinha a mesma postura quixotesca dele e por vezes ele apanhava ou era ridicularizado.
Hoje as loucuras mudaram, são outras. Muitos são aqueles que fazem dívidas exorbitantes e se afundam no desespero de ter que cumprir com algo fora, literalmente, de sua realidade. Tamanha loucura tem como incentivo o turbilhão de propagandas diárias despejadas na televisão, internet e rádio que procuram expor ao seu público que para ele poder ser alguém, é preciso comprar, comprar e comprar.
Talvez o consumismo seja a maior loucura do nosso século. E ela é tão grande e perigosa porque acarreta outras consequências além do indivíduo. Atinge o coletivo e põe em risco a continuidade da vida no planeta. Tamanha loucura se concretiza tendo em vista a necessidade dela para alimentar a fabricação daquilo que consumimos
Além disso, a loucura consumista produz a cada minuto avalanches de lixo, uma vez que a cada produto utilizado, sua embalagem, seus resíduos e mesmo seu desperdício se alojam no meio ambiente e interferem negativamente na terra, na água e no ar, e nem é preciso aqui dizer como eles são afetados. O olfato e o paladar nos dão a resposta.
Se a loucura é a fuga da lógica, ninguém poderá negar então que a doença consumista é, sim, uma loucura de proporções apocalípticas. Sair dela e voltar para realidade é função de cada um para que todos sejam beneficiados e não termos um planeta tão cheio de vida como Urano ou Netuno.
Vitor Miranda
2 comentários:
é, meu amigo vitor... eis que a loucura do consumismo só ganha mais e mais adeptos enquanto o homem perde-se em si mesmo.
creio que chegaremos a uma certo momento catastrófico "desapego ou morte".
não sei se já o assistiu, mas há um filme muito bacana que retrata esse tempo de loucura daqui há alguns anos: idiocracia.
meus parabéns pelo post!
há braços
Sobre a questão do consumismo, concordo com você... o problema está que a maioria não acha isso. "Consumo, logo existo". O trocadilho da frase de Descartes tem tudo a ver com nosso atual momento. Ao invés de loucura, as pessoas o tratam como status... Tal consumo desenfreado tem origem nas milhares de propaganda: outdoors, panfletos, ns muros e, principalmente, na televisão; sendo este último, uma invenção que nos está fazendo retroceder! Como está em uma música do Gessinger, "...propaganda é a alma do negócio...".
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